“Corre, camarada, o velho mundo está atrás de ti!...”
No início, não passava de uma simples manifestação de estudantes universitários nos arredores de Paris que pediam maior liberdade dentro do campus. Mas com a total repressão ao movimento pelo reitor, sem oportunidades, ao menos, de debate, o protesto ganha adeptos, inspirando outros estudantes. A partir desse momento, os universitários parisienses percebem que o simples ato autoritário do reitor de Nanterre representava, na realidade, o autoritarismo que ainda residia na sociedade francesa.
Após protestos contra o poder público, houve retaliação pela força militar, desencadeando o fechamento do campus de Nanterre e a ocupação por policiais da Sorbonne. O fato, porém, é que entre as décadas de 40 e 60, o número de estudantes universitários havia aumentado em 10 vezes no país, o que deu sustentação ao movimento jovem, levando-os à ampliação dos confrontos.
Foi no Quartier Latin, bairro na periferia parisiense, durante o mês de maio, que conflitos violentos se sucederam na tentativa do governo do presidente De Gaulle em esmagar os protestos. E, numa proporção impressionante, o movimento tomou aspectos revolucionários. O movimentos aumentaram, muitos viram os eventos como uma oportunidade para sacudir os valores conservadores da "velha sociedade", dentre os quais suas ideias sobre educação, defesa dos direitos das minorias, a situação alarmante de guerras que eclodiam e as ocupações imperialistas.
De um conflito de 140 estudantes, liderados por Daniel Cohn-Bendit, que tomaram a reitoria contra a administração, passando a conflitos urbanos motivando organizações trabalhistas, formou-se uma greve-geral na França que chegou a 10 milhões de grevistas (dois terços dos trabalhadores nacionais). Nenhum protesto ou movimento popular deve ter chegado a esses números no decorrer da história. Estima-se que aproximadamente mil jornalistas foram levados a Paris para cobrir os eventos. Os protestos forçaram o governo a marcar eleições parlamentares às pressas e fez com que De Gaulle, inclusive, se refugiasse na Alemanha.
A luta deu certo. Embora não tenha conseguido ser uma revolução política, pois o movimento murchou e De Gaulle, com a imagem melhorada por ter trazido a paz de volta, acabou reeleito, contudo, aceitou ele reformas. Só que maio de 1968 não morreu aí. A magnitude do levante fortaleceu partidos socialistas no mundo todo, e se não foi uma Revolução Política, foi, porém, Cultural, suscitando mudanças na estrutura social, como, por exemplo, permitindo maior liberdade à juventude como possui hoje.
Costuma-se afirmar que esse foi um dos acontecimentos mais marcantes do século XX; pois, se por um lado a Revolução Francesa no século XVIII teve cunho liberal, 68 teve cunho social. Lutando por direitos que não se reduzissem apenas formalmente na lei, mas que fossem amplamente difundidos e efetivados. A importância do movimento se deve não por que ficou restrita a uma camada da população, como trabalhadores ou minorias, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe. Por esses e outros motivos 1968 é considerado o ano que não acabou.
E imaginar que tudo começou com a proibição de entrada de homens nos alojamentos femininos...
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Após protestos contra o poder público, houve retaliação pela força militar, desencadeando o fechamento do campus de Nanterre e a ocupação por policiais da Sorbonne. O fato, porém, é que entre as décadas de 40 e 60, o número de estudantes universitários havia aumentado em 10 vezes no país, o que deu sustentação ao movimento jovem, levando-os à ampliação dos confrontos.
Foi no Quartier Latin, bairro na periferia parisiense, durante o mês de maio, que conflitos violentos se sucederam na tentativa do governo do presidente De Gaulle em esmagar os protestos. E, numa proporção impressionante, o movimento tomou aspectos revolucionários. O movimentos aumentaram, muitos viram os eventos como uma oportunidade para sacudir os valores conservadores da "velha sociedade", dentre os quais suas ideias sobre educação, defesa dos direitos das minorias, a situação alarmante de guerras que eclodiam e as ocupações imperialistas.
"A revolução deve ser feitas nos homens, antes de ser feita nas coisas".
De um conflito de 140 estudantes, liderados por Daniel Cohn-Bendit, que tomaram a reitoria contra a administração, passando a conflitos urbanos motivando organizações trabalhistas, formou-se uma greve-geral na França que chegou a 10 milhões de grevistas (dois terços dos trabalhadores nacionais). Nenhum protesto ou movimento popular deve ter chegado a esses números no decorrer da história. Estima-se que aproximadamente mil jornalistas foram levados a Paris para cobrir os eventos. Os protestos forçaram o governo a marcar eleições parlamentares às pressas e fez com que De Gaulle, inclusive, se refugiasse na Alemanha.
A luta deu certo. Embora não tenha conseguido ser uma revolução política, pois o movimento murchou e De Gaulle, com a imagem melhorada por ter trazido a paz de volta, acabou reeleito, contudo, aceitou ele reformas. Só que maio de 1968 não morreu aí. A magnitude do levante fortaleceu partidos socialistas no mundo todo, e se não foi uma Revolução Política, foi, porém, Cultural, suscitando mudanças na estrutura social, como, por exemplo, permitindo maior liberdade à juventude como possui hoje.
Costuma-se afirmar que esse foi um dos acontecimentos mais marcantes do século XX; pois, se por um lado a Revolução Francesa no século XVIII teve cunho liberal, 68 teve cunho social. Lutando por direitos que não se reduzissem apenas formalmente na lei, mas que fossem amplamente difundidos e efetivados. A importância do movimento se deve não por que ficou restrita a uma camada da população, como trabalhadores ou minorias, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe. Por esses e outros motivos 1968 é considerado o ano que não acabou.
E imaginar que tudo começou com a proibição de entrada de homens nos alojamentos femininos...
"Os limites impostos ao prazer excitam o prazer de viver sem limites"
3 outro(s) grão(s) se juntaram a este.
Apenas para reforçar quais foram dentre as diversas reivindicações, as que mais se destacam:
.Melhoria de condições trabalhistas.
.Reforma da estrutura educacional do país.
.Regularização da situação dos imigrantes na França, que viviam em condições degradantes.
.Participação efetiva da população nas políticas públicas, ditando verdadeiramente os rumos do Estado.
.Afirmação dos direitos e garantias das minorias sociais, principalmente do movimento de emancipação da mulher.
.Inclusão social das populações marginalizadas, que viviam principalmente nas periferias e não dispunham das mesmas condições dos demais grupos sociais.
.Transformação dos valores da sociedade francesa, tida como conservadora.
All3X
Belo texto, Alex, você se comportou como um jornalista! O fato é que a ignorância de alguns indivíduos acaba por atribuir magnitude às coisas. A repressão sem medidas, aquela que visa a calar a voz por medo e covardia, gerou um movimento maior, que assumiu, como disse, caráter revolucionário. É bom ver a capacidade das pessoas de reivindicar o que é necessário a uma vida mais justa. O importante nisso tudo é debater; daí, fica clara a importância da democracia, que deve sobreviver mesmo diante de instantes adversos.
Até mais!
Valeu Daniel, mas ainda quero descobrir como me comportar verdadeiramente como um jornalista...rs
Mas, voltando ao tópico, o que ocorre quanto ao fato, ao menos o que creio ter acontecido naquele momento, é que aqueles que passam por uma formação mais crítica e consciente acabam por questionar valores que acreditam ser injustos. Daí se mostra a necessidade de manifestação, defendida por mim que ocorra de forma pacífica.
E sim, que uma verdadeira democracia possa sempre se fazer valer perante qualquer instante. É isso que lutamos.
All3X
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