Vivendo num jogo de tabuleiro

Grão lançado ao ar por All3X às 16:28 de domingo, 31 de maio de 2009

Aos comandos de superiores

Diante todos sentados ao redor da mesa, move-se as peças. Soldados do exército são ligeiramente deslocados entre bases militares. Em seu percalço, acompanha-se a destinação de armamentos e munições. Alguns poucos aviões se seguem e, quando se percebe, toda uma esquadra altera de local. Bastam alguns comandos e o reajuste está feito. Uma cena que pode estar se passando nesse momento no escritório de algum diplomata, tendo presentes os representantes de países como EUA, Reino Unido, França, China, Rússia, Japão e Coreia do Sul.

A alguns quilômetros a nordeste da capital, Pyongyang, um tremor de terra (mais precisamente de magnitude 4,7 na escala Richter) interrompia um leve cochilo dum senhor, que morava bem à base de uma colina, justamente por crer ser ali um bom lugar de sossego. Pelo momento de susto, procurou esse senhor saber a razão do abalo, mas quem ali na Coreia do Norte saberia (ou poderia) dizer?

Realizando testes de armas nucleares, o governo de Kim Jong-Il desencadeou uma grave crise internacional, colocando as nações em estado de alerta. Seu regime comunista expõe o caso como uma medida de se ampliar a capacidade de defesa do país. Enquanto isso, no entanto, boa parcela da população, como por exemplo, o senhor que mora nas colinas ao norte, o qual menciono, passa por condições de grande privação de recursos para a própria subsistência. Sendo, por outro modo, o segmento dos burocratas do regime capazes de manter ampla carga de ostentação e privilégios.

É da natureza humana colocar a culpa em outro
Enquanto o ditador se militariza, acusa a Coreia do Sul de romper o cessar-fogo realizado em 1953. Em razão da participação plena de Seul na PSI, sigla em inglês da Iniciativa de Segurança contra a Proliferação de armas de destruição em massa ou materiais relacionados (a qual é liderada por Washington), o governo norte-coreano afirma que não mais se sujeitará ao acordo militar citado.

Formalmente, as duas Coreias ainda estão em guerra, pois só um Tratado de Paz põe fim ao conflito, o que não ocorreu. O máximo que se atingiu foi uma tentativa de aproximação em 2007, mas fracassou, não sendo legalizado o tratado. Agora, as mensagens vindas de Pyongyang já são claras ao afirmar que qualquer interceptação de seus navios será considerada uma declaração de guerra e o governo responderá por meio de um ataque militar.

As colinas da península coreana já não mais serão tranquilas, assim como as ondas sísmicas que ocasionaram o terremoto artificial na Coreia do Norte já se fizeram sentir em toda a comunidade internacional, que se agravará em crise, se de fato se recompuser o conflito. Voltamos a momentos de tensão presenciando o princípio de uma nova corrida armamentista global. E sem muito poder interferir, somos todos movidos por entre as casas do tabuleiro. A questão é que os peões raramente sabem dos reais planos das mãos que comandam a partida.

Imagem: Aduzeedo

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