No Nobel da Paz, um pedido a Obama

Grão lançado ao ar por All3X às 23:11 de segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O que pretendemos realizar...

A Fundação norueguesa Nobel recentemente laureou o presidente Barack Obama com o principal prêmio concedido por seu comitê organizador, o Nobel da Paz. A premiação, embora muito controvertida em determinadas ocasiões, representa uma doutrina intricada seguida por seus idealizadores. Resta-nos buscar, então, entender a sua finalidade.

__________________________________________

Em meio à extensão de vários nomes como possíveis agraciados, muitos deles poderiam perfeitamente receber o mencionado prêmio como sinal da elevada consideração pelo trabalho por eles desenvolvido no objetivo de promover o desenvolvimento humano de forma saudável. No entanto, o comitê decidiu por atribuir ao atual presidente dos Estados Unidos, o país mais beligerante do mundo, o prêmio Nobel da Paz.

Obama ainda não completou um ano no cargo para o qual foi eleito, nem mesmo realizou todos os programas de governo que havia se comprometido em sua candidatura. Mesmo não possuindo ainda nenhuma obra da qual possa se orgulhar, ainda assim a Fundação o escolheu, mas não pelo que ele realizou, mas pela potencialidade de fazê-lo. Pode muito bem ser a tentativa de expurgo dos resquícios do governo Bush do cenário global, mas as razões vão mais além.

Obama e seu discurso Um Nobel que vale um bom diálogo. (Foto: Herald Tribune)

Ao deliberarem sobre a escolha do próximo agraciado, os membros do comitê norueguês geralmente possuem em mira um projeto de sociedade global que buscam delimitar. Acabam por decidir, de tal maneira, e em suas opiniões corporativas, qual deve ser a pauta de atuação dos organismos internacionais naquele instante, tentando sempre medir esforços conjuntamente aos principais líderes estatais. Foi assim, a exemplos, quando a temática era sustentabilidade ambiental e alterações climáticas, o racismo e o apartheid africano ou os conflitos no Oriente Médio. O Nobel da Paz, por este modo, pode ser tido como um claro exemplo de instrumento de política internacional. A própria justificativa da Fundação Nobel para a concessão a Obama pode nos demonstrar o pensamento.

Onde antes tínhamos um governo que optava preferencialmente pela guerra preventiva e que negociava essencialmente na garantia de fontes de petróleo, encontramos recentemente a oportunidade da solução pacífica dos conflitos pelo diálogo, assim como a busca por fontes de energias renováveis para atenuar as mudanças climáticas. O atual presidente norte-americano ainda negociou com a Europa, com a antiga rival bélica Rússia, com a economicamente promissora China e mantém relações com Irã e Cuba. Por mais que ainda não tenha resolvido os projetos de governo, passos importantes foram tomados para debelar a base de Guantánamo e encerrar a ameaça das armas nucleares. Muito, contudo, falta para o fim das ações no Iraque e no Afeganistão.

Ao entregarem o prêmio a um jovem estadista, o qual teve forte apoio da opinião pública interna e externa, e que possui os mecanismos para enfrentar e solucionar os principais entraves que afetam o sistema internacional, esses mesmos membros do prêmio Nobel pedem a Obama que ele realize tais projetos. Trata-se de um esforço para consolidar e reforçar a diplomacia internacional e a promoção da cooperação entre as nações. Essa é a pauta do atual prêmio Nobel da Paz.

Postagens Relacionadas

Gostou deste artigo? Então deixe um comentário e assine nosso RSS Feed.
Imprimir esta página | Enviar para o Twitter | Recomendar no diHITT | Feed dos comentários

0 outro(s) grão(s) se juntaram a este.

Postar um comentário

"Cuidado... ao dizer alguma coisa, cuide para que suas palavras não sejam piores que o seu silêncio."
Não se intimide, seja livre para comentar!

Areias do tempo:

Grãos Associados:

BlogBlogs: