Uma invenção à Bolivariana

Grão lançado ao ar por All3X às 08:00 de domingo, 22 de fevereiro de 2009

Passados 10 anos no poder, Hugo Chávez afirma que ainda não foi o suficiente para firmar as reformas que quer para a Venezuela. Resta saber se elas realmente virão, ou se ele apenas se preocupa em se manter na função.

Aprovada pelo referendo nesse mês de fevereiro, a garantia constitucional de reeleição ilimitada a todos os ocupantes de cargos públicos abre caminho para o sonho chavista de um governo que tem a pretensão de consolidar uma ‘revolução’ na América Latina. E essa sua idéia fixa não é algo recente.

Participando de um grupo de oficiais nacionalistas, denominado Movimento Revolucionário Bolivariano 200 (MRB-200), Hugo Chávez promove uma tentativa frustrada de golpe contra o então presidente Carlos Pérez, em 1992. Anistiado dois anos depois, sai da carreira militar para seguir a vida política. Alimentando o desejo de unidade política latino-americana, Chávez vive a ilusão de reviver Simón Bolívar.

Militar e estadista, Bolívar liderou movimentos de libertação de colônias americanas, como Panamá, Equador, Peru, Colômbia e Bolívia. Na Carta da Jamaica assume publicamente a sua intenção de formar uma confederação de nações hispano-americanas, para fazer frente às grandes nações européias e que fosse capaz de alcançar o desenvolvimento nacional.

O oponente do presidente venezuelano não é mais a coroa espanhola, como era para Bolívar, mas sim o império norte-americano. Desde seu primeiro governo, ainda na década de 90, já afirmava que não seria fácil obter seus anseios pela via política ou diplomática, mas que poderia ocorrer unindo forças com os demais vizinhos sob uma mesma bandeira. O interessante é que até mesmo o braço político das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) é chamado Movimento Bolivariano pela Nova Colômbia.

Seguramente que Chávez conseguiu controlar a inflação na Venezuela e que conta com o apoio popular. mas é justamente por conduzir ações assistencialistas, que tanto desegradam as elites locais. Pautado em medidas apenas superficiais, não vejo nenhuma Revolução Bolivariana se desencadeando por lá. O que podemos notar é que sua atenção está mais voltada para retirar a região da área de influência dos EUA, do que para resolver os problemas reais. Afinal, estaria apenas invertendo o controle da região.

A continuidade no poder não é sinal de que irá cumprir com seu acordo, mas esperamos que Hugo Chávez possa assumir determinadas responsabilidades com o povo que o elegeu.
Imagem: Washington Times

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2 outro(s) grão(s) se juntaram a este.

  1. Postado em domingo, fevereiro 22, 2009 11:09:00 AM

    Não creio em nada do que vem de Chávez. Ele é um tirano que começa com a desculpa democrática de que o referendo lhe assegurou o direito de disputar as eleições quantas vezes quiser. Mas isso é só o começo de uma nova tirania, como a de Fidel Castro.

     
  2. Ester disse:
    Postado em sexta-feira, fevereiro 27, 2009 10:24:00 AM

    O objetivo da Blogagem Coletiva sobre Inclusão Social é buscarmos mais conhecimento sobre o assunto. A discussão é válida para que através dela haja maior conscientização que é o primeiro passo para se fazer alguma coisa. Melhor que ficar de braços cruzados apenas assistindo os acontecimentos.

    Fui participante de vários projetos e Ong's trabalhando com pessoas carentes, e hoje continuo desenvolvendo um trabalho de ajuda. A coletiva é o intuito de reunir pessoas que pensam sobre o assunto e gostariam de falar a respeito.

    Abs,

     

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