Há pouco tempo fomos tomados pela notícia de que em uma cidade nordestina uma equipe médica realizou um aborto numa garota de nove anos de idade, com o consentimento da sua representante legal (a mãe da garota). O fato causou polêmicas ao levantar a temática, uma vez que a prática abortiva não é vista com bons olhos pela sociedade. Religiosos logo se inflamaram em acusações, lembrando que tal ato é considerado pecado capital.
Na postagem anterior, ao me referir à Revolução Islâmica, comentei que ‘o erro dos fundamentalistas é confundir os ensinamentos religiosos (A Lei Divina), com a legislação estatal, que deve ser laica, separada das crenças da coletividade’.
O que deve ser levado em consideração é o direito à vida da criança que estaria por nascer do ventre da garota, ou o direito da própria menina, que passava por riscos decorrentes da gravidez, ou ainda que assim não fosse, iria passar a vida maculada por ter sofrido um estupro? Não podemos tomar decisões analisando os fatos restritivamente, de forma isolada, mas sim em seu conjunto e ponderando nossas reflexões.
Não existem direitos absolutos em nossa sociedade e ordenamento jurídico. O que se realiza se fundamenta em decisões que abrange princípios gerais que servem de critério para a compreensão do sistema, mas de forma a definir uma harmonia entre as normas produzidas.
Relativizar nossas condutas e posições não é demonstrar que somos carentes de postura firme e de ideologias (inclusive religiosas). A veracidade decorre justamente analisando fatos de forma sistemática, dando-lhes lógica, é que realmente passamos a sermos críticos de nós mesmos. Revendo nossos pensamentos e aceitando melhor as condições que nos são apresentadas.
A garota vítima de seu próprio padrasto possui antes de outra medida o direito a ter uma existência digna e que possa ela definir os traços que devem guiar sua vida. Ao criminalizar a conduta da mãe da garota e da equipe médica, se está a ferir valores que consideramos – ou que antes julgávamos que considerávamos – como fundamentais à pessoa humana.
Criticamos muitas vezes posições alheias, como de alguns islâmicos que interpretam literalmente seus textos sagrados, mas em muitos momentos a sociedade a nossa volta pratica condutas semelhantes. E nós que pensávamos que fundamentalistas eram os outros...
4 outro(s) grão(s) se juntaram a este.
mto legal!!
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Deveríamos seguir pelo respeito ao ser humano e o bom senso ... regras escritas servem para dar uma direção mas o sentimento e as marcas que ficam não tem como escrever.
realmente, mesmo existindo muitas crênças religiosas diferentes, devemos respeitar o que cada um acredita, no meu caso não tenho nenhuma religião definida, e não óu católico nem nada não porque acredito na frase "só acredito no que vejo", mas sim que o universso começou a criar vida por si próprio até o dia de hoje, e não que existe uma força superior que decidade tudo que acontece no mundo. vou pelo que é mais lógico, e acredito mais em ET e fantasma do que um deus...
abraços!
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Quer um sujeito mais fundamentalista que George Bush e mesmo assim travestido sob o manto de "democrata" e até mesmo "tolerante"?
No Brasil criou-se uma celeuma muito grande por conta das declarações do tal bispo pernambucano. Mas o fato é que a igreja católica não apita nada ( e nem outra instituição religiosa) no país, visto que trata-se de um estado laico, tanto que foi feito o aborto.
E toca a vida, porque a igreja católica pensa assim e ponto final. Radicalismo, fundamentalismo,enfim, a garota vai viver sua vida e precisa ser amparada.
abs e parabéns pelo blog! Ganhou meu voto!
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