Até a Segunda Guerra Mundial, os campos de batalha e seus episódios ainda ficavam longe do restante da população. Só que a partir daquele momento, com o crescimento da mídia atingindo um elevado número de pessoas, as notícias dos horrores da guerra passaram a chegar em grande quantidade para todos.
E não eram poucas mesmo, a guerra alcançou uma escala sem precedentes na história e com alto nível de sofisticação dos mecanismos de destruição e morte em massa – caracterizada como a época dos grandes massacres. Acontecimentos como esses levaram a uma forte conscientização popular pela necessidade de se criar mecanismos eficientes e eficazes para a implementação e manutenção da paz.
O que marcou foi a constatação de como o Estado pode servir do abuso de seu poder e matar tantos cidadãos de forma tão ampla. Os números da grande guerra falam por si só. O Estado, que é visto como o poder politicamente organizado e legalmente constituído, que justamente é estabelecido para a defesa dos indivíduos sociais que o compõem, foi o principal articulador da grande carnificina vivenciada naqueles tempos. E que vivenciamos ainda hoje em muitos momentos.
Foi para a defesa do homem, independente de qualquer vínculo pátrio, de etnia, de crença religiosa ou filosófico-política, que houve a necessidade de imposição de limitações ao uso do poder pelos governantes, estabelecendo garantias em relação àqueles que serão governados. Colocando o ser humano acima do Estado, devendo este respeitar valores e princípios em âmbito, inclusive, supranacionais. Pois o ser humano é visto como indivíduo que deve usufruir de direitos universais, sem distinções quaisquer.
Leis, tratados, convenções e outros tantos mais mecanismos normatizadores foram erigidos não para servir de garantia ao Estado para que os indivíduos o obedeçam em suas ordens. Mas ao contrário, para os cidadãos terem preservados uma segurança jurídica de que o Estado não viole mais os direitos mais básicos e fundamentais de todo ser humano.
Depois de grandes momentos de atrocidades (como na segunda guerra) ressurgem ideologias que buscam a promoção desses ideais de satisfação dos interesses individuais, respeitando também os da coletividade, para visar à conservação do bom convívio social. No entanto, resta saber se tais mandamentos estão sendo alcançados.
25 outro(s) grão(s) se juntaram a este.
Oi, Alex!
Lembrei agora das aulas de Ciência política da faculdade...hehehe...qdo o homem saiu do estado de natureza e resolveu viver me sociedade, delegando poder aos líderes e representantes.
Ainda acho que a democracia plena é a forma mais eficaz de sociedade. Criar leis e segui-las, tendo como base o que elas afetarão a nossa vida, o social.
No Brasil, por exemplo, temos 20 e poucos anos de democracia. A maioria dos nosso políticos eleitos são de outra geração e ainda não consegue compreender toda forma ampla que a democracia pode oferecer. Claro que há casos e casos. Mas ainda estamos caminhando...hehehe
Excelente post!
Abraço,
=]
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http://cafecomnoticias.blogspot.com
Pois é, mas não há estado de direito constituído que suplante a indústria da guerra. O que move o ser humano a um combate é o desejo de ganhar, ganhar, ganhar... uma guerra é uma indústria que movimenta milhões de dólares em armas, logística, materiais diversos e, finalmente, quando se acredita que chegou ao fim, vem o grupo de reconstrutores... e esses ganham tanto dinheiro quanto os destruidores.
Enquanto a guerra for lucrativa, haverá um estado levantando bandeiras nacionalistas, ideológicas, religiosas contra o outro.
Wander, estamos caminhando mesmo, pois temos um longo processo ainda a aprender. Uma dessas coisas é justamente tornar eficaz mecanismos para que situações narradas pelo Marcelo, aqui em cima, não possam acontecer.
Valeu aos dois,
All3X
Continua acontecendo os horrores .. mas agora são "dicimulados" .. e não são com a mesma "atrocidades" da epoca .. pois não tem como negar que houve uma evolução infelizmente até pra isso ... vemos o caso que não saiu dos noticiarios do cara que matou uma menina e guadou o corpo em uma maleta..
Cara , gostei demais do blog! Ótimos textos , para se refletir!
Dizem que as maiores evoluções do mundo vieram das épocas de guerra ... será?
Barack ganha, Lula ganha, Putin ganha, e o Leviatã continua lá.
Política é um negócio divertido!
isso sempre funciona
joaoaquila.com
Gsotei muito, no começo do texto, quando você fala que os meios de comunicação serviram para aproximar o homem da desgraça da guerra. As fronteiras começavam a ruir...Hoje vemos como as coisas se transformaram. Não há distâncias mais.
Muito bom texto.
Um abraço.
http://escondidin.blogspot.com/
Alex,
vim novamente agradecê-lo pelas palavras gentis!
Muito obrigada por sua visita ao facetas!
Muito obrigada por gostar tanto do que escrevo.
Um grande abraço.
ellen regina
www.facetasdemim.blogspot.com
Lendo esse texto me senti de volta as minhas aulas da faculdade... É realmente estamos caminhando ainda e infelizmente com passos pequenos e devagar. Temos um longo processo pela frente e mudanças só vão ocorrer de fato quando o uso do pensamento crítico for realidade!!!
A humanidade costuma ter grandes dificuldades para escolher ou determinar sistemas políticos equilibrados. O Estado não pode mandar nas pessoas. Mas as pessoas também não podem mandar no Estado (afora em sistemas democráticos perfeitos, utópicos). Mesmo assim, o fato é que nossas grandes aberrações históricas aconteceram através dos mandos e desmandos de governantes que acreditam que as máquinas de governo são deles e para eles.
Engraçado é que, economicamente, vivemos o mesmo problema. A excessiva intervenção bloqueia o comércio, representa um entrave ao desenvolvimento. O liberalismo, por sua vez, deixa-nos à mercê do mercado, de crises econômicas como esta.
Na política, como na economia, é preciso procurar pelo tal equilíbrio de forças.
Até mais!
Como assim Daniel, utópicos...
Não, a democracia de ve ser perseguida por todos até a última conseqüência. A população deve sim ditar as diretrizes do Estado.
No mais, é isso, valeu
All3X
eeh
seria interessante se os indivíduos realmente estivesse acima do estado, que o bem estar social fossem prioridade ao invés da supremacia nacional. os tratados e convenções não garatem nada ao indíviduo nem impedem Estados de subjulgarem outros. Basta ver a ONU em relação aos EUA...
flws
Muito interessante seu texto,está ai uma parte da história que me interessa muito,e a mesma será sempre discutida e opinada de diversas formas. Gostei mesmo do texto.
O texto me fez lembrar um conceito de Sartre em que ele relacionava liberdade, violência e prisão. A liberdade então nos leva a violência e esta nos leva a prisão. Para ele, somos condenados a ser livres, mesmo não querendo. Contraditório, mas faz sentido e dá vazão aos inúmeros tratados, órgãos e entidades criadas no pós-guerra.
A ONU, por exemplo, foi criada justamente para coibir o abuso dos Estados. Luta vá ou até mesmo hipócrita, pois foi justamente pela omissão dela que grandes atrocidades ocorreram durante o século XX.
Quando o conceito de democracia surgiu, a idéia principal era justamente combater as desigualdades, principal motivo da violência. E foi a partir da palavra, do diálogo, que se procurou estabelecer uma relação menos violenta entre as pessoas. Um dos desafios da democracia foi proporcionar, na prática, o poder da palavra para todos, e que esta tivesse o mesmo peso para todos os cidadãos. No entanto, há que se dizer que a busca por esta justiça está cada vez mais difícil de ser alcançada num mundo onde a concentração de riquezas e de poder é incentivada a cada esquina.
em off: aonde ou como você conseguiu essa nuvem de tags?
Sim Michell, é do espítito do ser humano buscar a liberdade, mas mais do que isso, queremos a realização de nossos interesses a qualquer custa. Temos então que impor barreiras para tanto, pois não podemos ultrapassar e invadir a esfera de atuação do próximo.
Seu assunto é muito pertinente, espero tratar dele em próximo post.
Quanto ao Blogumus, é so ir em http://www.bloggerbuster.com/2008/08/blogumus-flash-animated-label-cloud-for.html
Valeu,
All3X
Olha eu de novo marcando presença..
Abç...
A guerra existe também dentro de nós, mas a que choca é aquelas que causam mortes humanas.
Eu ainda acho que estamos muuuuito longe de alcançar essa justiça, e colocar o Ser Humano acima do Estado!
"Não sei seé um engano meu, ou está muito óbvio e não percebi, mas as postagens desse blog estão repletas de reflexões sobre a fugacidade do tempo.
É isso mesmo? Porque a razão?"
Nem tinha notado, a priori, mas deve ser pq uma fase em que ando pensativo sobre o tema coincidiu com uma fase em que andava pensativo sobre o tema. (Mesclo postagens de antigos blogs entre os novos)
Rosãngela, volte sempre que puder e quiser
E Paulo, valeu por vir aqui esclarecer sobre a dúvida surgida em seu blog por mim.
Até mais a todos
All3X
Bem, creio que democracia perfeita é a proposta por Rousseau. Eu perco a razão quando digo "utópicas" porque elas são possíveis. Existem vilas suiças em que a Assembléia é, de fato, do povo. No entanto, nesta concepção de Estado, de grandes federações, ainda creio que a essência democrática, sem essa história de representatividade, ainda é impossível. Mas é óbvio que podemos vislumbrar sistemas melhores e que se aproximem mais deste grau de democracia.
Até mais!
Ótimo Daniel, acredito que o sistema de representatividade é sim um bom modelo, a falha é não nos deixarmos bem representados...
All3X
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