Pax Americana

Grão lançado ao ar por All3X às 08:00 de domingo, 8 de março de 2009

Passado o prazo de 48 horas dado pelo governo Bush para que Saddam Hussein abandonasse o país, os Estados Unidos iniciam o bombardeio ao território iraquiano em 20 de março de 2003, a ofensiva gera uma guerra que ainda não acabou.


Com uma grande imagem negativa e sem mais recursos para manter a situação, o governo norte-americano revê a sua atual estratégia de política externa. E, talvez, com bom senso. A “Era Bush” foi marcada por manter uma postura que não é inédita na história. Muito utilizada por seus precedentes, George W. Bush procurou estabelecer a posição hegemônica dos EUA nas relações internacionais tendo como alicerce uma postura agressiva e militarista.

Durante muitos anos sua centralização era notória, mas teve que arcar sua influência sob forte tensão internacional. Mas chega um momento que as tensões se desdobram em crises e conflitos. O modelo agora já demonstra sinais que está desgastado e ultrapassado. Enfraquecido e endividado, os EEUU terão recuam em sua posição de dianteira, uma vez que necessitando de colaboração, não podem ignorar a política de seus parceiros.

A Guerra no Iraque tem sido o maior desastre para a Casa Branca após o Vietnã. Mas com a recente notificação de Washington de mudança na abordagem diplomática, busca-se a possibilidade de reverter esse quadro.

Uma alternativa seria a total retirada das tropas do Iraque, mas isso geraria um conflito que poderia desencadear uma guerra civil pela disputa do poder entre os grupos mais radicais e fundamentalistas. Assim como sustentar as tropas como estão, ou reforçar a ocupação também não é uma boa opção. O governo norte-americano não possui mais recursos para tanto. Principalmente em época de crise, na qual o governo está gastando sua verba internamente, como consta no pacote de ajuda financeira aprovado pelo Congresso para salvar o sistema bancário.

Com isso, possivelmente o mais acertado seja mesmo um processo gradativo de retirada de tropas, conforme o encontrado pelo novo presidente: trocar as funções dos soldados americanos no Iraque, transferindo-os das tarefas de combate para defesa de autoridades e diplomatas, além de apoio e formação das tropas iraquianas. De modo que diminuindo as tropas no país e transferindo a responsabilidade para as mãos dos próprios iraquianos que se dará efetivamente a possibilidade do povo conduzir o seu governo, sem ingerência estrangeira.

Agora temos prazo para acabar a guerra, e parece que ele corre a nosso favor. Assim como o anterior foi impecavelmente cumprido, que esse agora também o seja. Afinal, a pretensa estabilidade e paz procurada durante o período anterior nunca ocorreu definitivamente. Esperamos por ela agora.

Imagem:Abduzeedo

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4 outro(s) grão(s) se juntaram a este.

  1. Unknown disse:
    Postado em terça-feira, março 10, 2009 5:54:00 PM

    Bom ver você por aqui, Alex. Gosto muito do seu blog.

    Creio que dá pra dividir em três momentos os EUA pós guerra fria. O primeiro, do Bush pai, perdido e ainda meio sem saber o que fazer com a hegemonia do mundo. O segundo, de Clinton, momento em que a ficha caiu. Os EUA era de fato a única potência.

    No terceiro momento, o de Bush filho, ocorreu o que já se imaginava. Com quatro anos de Clinton deitando e rolando, veio um repuliblicano e disse: tudo para os EUA e o mundo que se dane. Deu no que deu. Um política egoísta e unilateral que durante oito anos desdenhou de outras forças politicas e economicas emergentes jamais poderia ser bem sucedida. O caso do Iraque é simbólico e demonstra essa incompetência estratégica.

    um abraço

    www.opatifundio.com

     
  2. All3X disse:
    Postado em sexta-feira, março 13, 2009 3:39:00 PM

    Essa sua análise foi suscinta e completa, Patifúndio.
    Agora creio que estamos entrando numa nova fase de política norte-americana. E que ela seja melhor que as anteriores e que perdure.
    Valeu,
    All3X

     
  3. Unknown disse:
    Postado em sexta-feira, setembro 18, 2009 11:28:00 PM

    A Guerra do Iraque foi um fiasco patrocinado pelo governo Bush/Chenney e pela indústria bélica. Os americanos achavam que bastava entrar no Iraque e depor Saddam para por um ponto final e ficar com todo o petróleo da região. Esqueceram que o país tem problemas étnicos e sobre influência de outras nações do mundo árabe, que se sensibilizaram com a atual situação iraquiana. Bush, que mentiu para invadir Bagdá, manchou seu mandato e tornou-se, talvez o pior presidente da história dos EUA. Os americanos estão perdidos e não podem sair agora do Iraque. Obama sabe disso e vai ter muito trabalho neste seu mandato. Abraço.

     
  4. All3X disse:
    Postado em sábado, setembro 19, 2009 12:00:00 AM

    Gui, boa exposição. O governo norte-americano acreditou que seria tranquilo de controlar a região, mas mais uma vez foi prepotente, como no caso Vietnã. E a sociedade internacional mais uma vez não viu com bons olhos... O saldo, como você bem identificou, é um grande problema para os futuros governos resolverem...
    São sequencias de desastres...
    Valeu,
    All3X

     

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