No início do século XVII os holandeses ocuparam uma certa ilha no norte da costa do continente americano que iria entrar para os anais da História. Lá fundaram uma colônia batizada por eles de Nova Amsterdã, na qual foi erguido um muro que serviria a um só tempo de limite do assentamento, como também para a sua defesa. Posteriormente, esse mesmo território foi tomado pelos ingleses, e a ilha passou a ser conhecida por Nova York, e a rua que passava por esse muro como simplesmente Wall Street (ou rua do muro).
Há um longo tempo que este local se tornou o centro financeiro dos EUA, e por diversas vezes presenciou crises alarmantes. Adam Smith dissera certa vez que o mercado dirigiria a economia nacional, quanto a internacional, como uma mão invisível, que livremente poderia garantir progresso econômico e estabilização financeira. Contudo, recentemente, mais uma vez o mercado financeiro mostra que o modelo liberal é falho e desastroso.
Já no século XIX alguns mercados nacionais passaram por crises econômicas devido ao liberalismo econômico, e no século XX não foi diferente. A Grande Depressão dos anos 30, como exemplo, minou a confiança no mercado livre e fez com que diversos países tomassem medidas protetivas. A atual crise financeira ocorrida devido ao colapso do setor hipotecário norte-americano, a seu turno, já acarretou uma cascata de falências e quebra de instituições financeiras, seguidas por uma onda de queda de Bolsas de Valores ao redor do globo, ocasionando nova frente de medidas de proteção do mercado nacional. Podemos destacar dentre a crise a concordata do tradicional banco de investimentos Lehman Brothers, que tinha 158 anos de existência e era o quarto maior do país; a venda da corretora Merrill Lynch, uma das maiores do mundo, ao Bank of America; o pacote de socorro de bilhões de dólares à seguradora American International Group (AIG) e o controle pelo Tesouro Americano das empresas financeiras Fannie Mae, Freddie Mac e Bear Stearns.
Para Josef Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, ‘a queda de Wall Street significa para o fundamentalismo de mercado o que representou a queda do muro de Berlim para as economias socialistas do Leste Europeu’, conforme diz ele ao jornal Estado de S. Paulo. E com toda razão estamos diante do desmoronamento do Wall Strett, enquanto tradicional marco da livre iniciativa, pois as medidas adotadas pelos EUA, estandarte do não intervencionismo estatal na economia, são fortemente marcadas por um protecionismo do Estado. Nada será como antes, creio eu... Iniciamos um período em que os governos demonstram claramente que entram numa era em que os mercados por si só não se bastam.
Há um longo tempo que este local se tornou o centro financeiro dos EUA, e por diversas vezes presenciou crises alarmantes. Adam Smith dissera certa vez que o mercado dirigiria a economia nacional, quanto a internacional, como uma mão invisível, que livremente poderia garantir progresso econômico e estabilização financeira. Contudo, recentemente, mais uma vez o mercado financeiro mostra que o modelo liberal é falho e desastroso.
Já no século XIX alguns mercados nacionais passaram por crises econômicas devido ao liberalismo econômico, e no século XX não foi diferente. A Grande Depressão dos anos 30, como exemplo, minou a confiança no mercado livre e fez com que diversos países tomassem medidas protetivas. A atual crise financeira ocorrida devido ao colapso do setor hipotecário norte-americano, a seu turno, já acarretou uma cascata de falências e quebra de instituições financeiras, seguidas por uma onda de queda de Bolsas de Valores ao redor do globo, ocasionando nova frente de medidas de proteção do mercado nacional. Podemos destacar dentre a crise a concordata do tradicional banco de investimentos Lehman Brothers, que tinha 158 anos de existência e era o quarto maior do país; a venda da corretora Merrill Lynch, uma das maiores do mundo, ao Bank of America; o pacote de socorro de bilhões de dólares à seguradora American International Group (AIG) e o controle pelo Tesouro Americano das empresas financeiras Fannie Mae, Freddie Mac e Bear Stearns.
Para Josef Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, ‘a queda de Wall Street significa para o fundamentalismo de mercado o que representou a queda do muro de Berlim para as economias socialistas do Leste Europeu’, conforme diz ele ao jornal Estado de S. Paulo. E com toda razão estamos diante do desmoronamento do Wall Strett, enquanto tradicional marco da livre iniciativa, pois as medidas adotadas pelos EUA, estandarte do não intervencionismo estatal na economia, são fortemente marcadas por um protecionismo do Estado. Nada será como antes, creio eu... Iniciamos um período em que os governos demonstram claramente que entram numa era em que os mercados por si só não se bastam.
Versão atualizada em: 20/09/2009
25 outro(s) grão(s) se juntaram a este.
Primeiramente, ótimo texto. A analogia com o muro de Nova Amsterdam é muito pertinente.
Acredito que esse ainda não será o fim do neoliberalismo, mas estamos caminhando para um modelo híbrido. É inadimissível acreditar ainda na teoria da "mão invisível". Desta forma, apenas socializamos os prejuízos e privatizamos os lucros.
Lord Keynes me parece muitas vezes o verdadeiro superman estadunidense. Quando o neoliberalismo entrega os pontos, está lá ele a oferecer a sua teoria de intervênção estatal no Estado e salvar o mundo.
O problema é que quando a poeira se dissipa e ele vai junto com ela.
Essa crise estã dando cão pra xupar manga. O mundo inteiro está dando seus pulos para tentar apartar, mas nao estao conseguindo! Parece que estamos a beira da crise que ocorreu em 1929.
Mundo P-O-P - O Seu Mundo da Música!
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http://mundop-o-p.blogspot.com
Concordo que este não será o fim do neoliberalismo, mas estou pensando junto com o que disse: cada vez mais caminhamos para esse modelo híbrido. Keynes tem se mostrado muito útil, e creio que terá mais presença a partir de agora.
Valeu,
All3X
A mão invisível de Mr. Adão regula mercados - disso os estudantes de Economia (como eu fui, um dia) sabem, assim como compreendem que o neoliberalismo, em tese, está com os dias contados, principalmente porque seus grandes artífices estão capengas.
A questão é: para onde vamos?
Gostei da informação sobre Wall Street, ou o muro.
bom.
Maravilha de blog..... a crise ta feia, o Bush falou ontem... me interesso mas não entendo muito de economia, eu queria que o dólar continuasse caindo mas subiu !!!!!
Eu acredito que o mundo seja elástico e por isso flexível ... vai esticar o máximo, mas depois volta ao normal ... são fases de amadurecimento necessárias para a evolução.
Uma difícil sobrevivência dentro da economia de mercado, ainda falta muito para a sociedade se humanizar...
Ótimo Post!
Abraços
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/
Parabéns pelo excelente e pelo análise panorámica da crise econômica. A relação com o muro ficou ótima!
Depois passa no meu blog, o Café com Notícias.
Abraço,
=]
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http://cafecomnoticias.blogspot.com
O problema é sempre esse, depois que o muro desaba, sempre vem alguém e o reconstrói.
Será que depois de algum tempo, tudo irá voltar como era antes?
All3X
Essa crise que os EUA estão enfrentando atualmente é extremamente preocupante. Se a coisa continuar ao passo que caminha, podemos com certeza ter uma crise pior do que aquela de 1929. O Lula diz que o Brasil aguenta o tranco, mas duvido muito. Hoje se EUA ou China quebram, o mundo quebra. É complicadíssimo...
[]'s
Musikaholic
essa crise é só uma fase, acho impossivel que a economia mundial tenha uma quebradeira das proporções de 1929
A coisa como ela é...
Não vai mudar, não vai ser o fim...
é apenas uma parte que se desfragmentou
http://visaocontraria.blogspot.com/
Eu gostei do teu texto, mas confesso que me ressenti um pouco com a comparação entre os dois muros. Acho perfeita no sentido que tu deste, o de modelos econômicos, mas não sabemos que não são só isso. Fundamentalmente são modelos sociais.
E por mais que o american way of life esteja em franca decadência (não aquela desejada no famoso filme "A queda do Império Americano"), ele ainda dita a moda por aqui, enquanto o modelo do socialismo real, nunca chegou a ser predominante.
Odeio essa idéia do mercado como um ente: existem pessoas que o comandam, que o fabricam e que são responsáveis pelo que acontece.
Mesmo assim, como imagem poética, os muros caindo são geniais.
Abraço,
Boa sua crítica Carla, tive que ficar bastante tempo raciociando...
Quando ao mercado, essa talvez seja uma generalização feita para demonstrar que ele se constitui de uma junção de vontades individuais (de pessoas físicas, como eu e você) para formar uma vontade maior, geral.
Assim como um empresa, que por si só não tem vontade alguma, é na verdade a soma das vontades dos empresários que a formam. Mas ainda assim se distingue dos seus membros, ela, a empresa, é uma pessoa distinta.
A metáfora quanto aos muros foi justamente para demonstrar que se a queda do muro de Berlim foi tão marcante historicamente, a "queda da Wall Strett" é também significativa para a sociedade atual.
Não sei se fui claro, qualquer dúvida volte a dizer.
Valeu,
All3X
mEU IRMÃO...
O MUNDO TÁ FERRADO...
mas eu não sabia q a Wall street tinha esse nome por causa disso...
belo texto... e talvez os estados unidos sintam um pouco do goto do seu próprio veneno...
Muito bom o teu blog, e tua visão a respeito do que acontece no mundo.
Passa la no meu blog, tem um selo la pra você.
abraços,
http://comideiaseideais.blogspot.com
PS: Eu também sou estudante de direito, mas o selo te indico pelo talento e pela visão quem tem, e não somente por dividir-mos a mesma preferência no que diz respeito a profissão que teremos.
Valeu Márcio, já estou indo lá pegar o selo.
Estaremos juntos trocando idéias e opniões não apenas por questões profissionais, mas sim, como resaltou, por uma postura semelhante perante os fatos.
Até mais,
All3X
beloc blog continue assim q vc chega longe
www.maniacosporfutebol.com.br
Allex, seus comentários lá no Café são de altíssimo nível. valeu por prestigiar o blog, cara.
Daqui a pouco vc vai ser um TOP Comentarista!
Abraço e bom domingo,
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http://cafecomnoticias.blogspot.com
Alex, meu computador parece ter voltado a colaborar: aqui estou novamente.
O título da postagem é fantástico, instiga. E o assunto tratado revela problemas com a mão que ninguém vê. O Liberalismo Econômico não pode ser praticado de maneira literal e irrestrita. Mas isso também não significa que o Estado deva ter mãos firmes controlando as atividades econômicas. Aí entre o bendito e sempre messiânico meio-termo, que deve também ser praticado na economia. É mais ou menos o que o Fed faz: anima a festa, mas, quando todos estão no auge da bebedeira, corta a cerveja. Só que precisa fazer isso de maneira mais precisa...
Até mais!
Valeu Wander, é bom sempre prestigiar quem tem qualidade em tudo o que faz. Estarei tomando um Café sempre que puder...
E Daniel, é bom ter palavras suas por aqui. E compreendo sua situação...
Ah, o caminho do meio, sábio foi Aristóteles ao mencionar que deve ser ele sempre seguido para se alcançar a virtude.
A questão dos EUA foi justamente essa: descontrole. Em zigue-zague, não sabem o que fazer...
E Daniel, o Estado não necessita ter mãos sempre firmes na economia, mas deve estar sempre presente com suas mãos.
Valeu,
All3X
Alex, querido, tem selinho pra vc lá no Babel.
Beijocas!
A ideia do muro foi show!!!
quando puder..
www.prolixo.com
Cai os EUA,cai o mundo.Que merda ser dependente deles
Evan, é duro mesmo ser dependente, a idéia do muro pode virar dominó, um caindo, e outros caindo atrás.
All3X
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