A emancipação moral do homem

Hodiernamente encontramos pela vida inúmeros percalços, capazes de nos levarem ao descontentamento ou na descrença da vinda de melhores dias. Contudo, não devemos apresentar motivos para o desânimo, ainda há grandiosos convites para o viver. Em 'Convites da Vida' localizamos alguns destes.

Em tempos nos quais encontramos diversos apelos ao consumo desmedido, onde não apenas produtos são descartáveis, mas também relações pessoais também os são, torna-se freqüente o pensamento de que fruir dos prazeres fornecidos pela vida é se entregar ao hedonismo despreocupado.
A filosofia do Carpe Diem se mostra imperiosa, que é vivida até as últimas conseqüências. Como se viver o aqui e agora fosse livre de responsabilidade sobre o amanhã. Buscamos incessantemente a realização de nossas necessidades orgânicas, mas o preço para isso pode ser muito elevado futuramente.
O que a obra mencionada nos remete é justamente a reflexão sobre os valores aos quais estamos ligados, e busca nortear o caminho daqueles que procuram por uma vida mais sadia nos mais amplos aspectos.
Não sendo uma simples narração acerca da doutrina espírita, Divaldo Franco (pelo espírito Joanna de Ângelis) traz uma mensagem sobre a relevância de a cada instante buscarmos o aprimoramento de nossa postura perante a vida. Como bem diz, “não sejas aprioristicamente contra isso ou aquilo, antes de conhecer o conteúdo. Sábio verdadeiramente é todo aquele que consegue descobrir o lado útil das pessoas e das coisas”.
O que valora ‘Convites da Vida’ como uma obra de grande pertinência é o fato de seu conteúdo ser atemporal. Em cada um dos 60 pequenos capítulos, encontramos determinado convite a reflexão, que continua atual frente às questões que agora vislumbramos.
Decidir corretamente sobre as escolhas que fazemos nos é imprescindível. O convite à retidão e à probidade moral é feito em cada instante, e clareando a visão podemos então tomar melhor posicionamento.

PS: Você lê na página 38: “O engano passa, mas o dever retamente exercido fica. / A bruma se dilui, enquanto permanecem a claridade e o Sol como estados naturais da vida. / Descontrai-te, portanto, e atende aos teus deveres morais, atuante na comunidade em que vives com a alegria do semeador que antevê na semente submissa a glória do campo coroado de novos e abundantes grãos”.

1958: O jeitinho brasileiro ganhou o mundo

Somos vistos por muitos como um país atrasado e de população indolente e festeira, que não se vincula a nenhuma responsabilidade, o que justificaria inclusive o subdesenvolvimento brasileiro. E esse estereótipo é formado tanto por estrangeiros, quanto por nacionais. O ‘jeitinho brasileiro’ se formou como marca de nossa população, que teria o hábito de resolver alguma questão de forma improvisada e burlando alguma regra ou norma preestabelecida.

Contudo, essa visão deforma a realidade e cria generalizações que são impertinentes. Temos nós mesmos o costume de nos inferiorizar, ressaltando culturas de outros povos como mais elevadas, ou mesmo ‘mais civilizadas’. O sentimento de nacionalidade brasileira é pouco fomentada, assim como somos muito apáticos também em aspectos políticos.

Devemos compreender que somos uma miscelânea de outras culturas, e mais do que uni-las, assimilamos os traços positivos marcantes, renegamos os contrários em muitos dos casos, mas mais importante ainda, somos capazes de adaptar e formar um traço novo. É justamente essa pluralidade e diversidade nacional que molda nossa identidade. Portanto, longe de ser algo condenável, esse jeitinho (nosso brazilian way of life, que identifico mais como brasilidade) é louvável.

A Bossa Nova, ritmo musical tipicamente brasileiro que completa 50 anos este ano, é marca desse movimento. De variações de outros estilos (como samba, bolero, jazz) surge uma inovação que ganha o reconhecimento do público, inclusive internacional, sendo nomeado um ‘produto de exportação’.

Valores culturais pátrios são desprezados e subjugados, para passarmos a cultuar estrangeirismo como superiores. Quem foi que disse que abaixo da linha do Equador não existe sofisticação?Rompendo esse paradigma, devemos entender todos os traços culturais como únicos. Valorizando todos eles. Se por vezes usa-se esperteza de forma indiscriminada como motivo de trapacear ou contornar a lei ou os costumes, devemos entender tal ato não como característica do jeitinho brasileiro, mas como desregramento ético e moral que está sujeito qualquer indivíduo que não se ajusta à sociedade.

Quando passarmos a entender que é justamente essa plasticidade da cultura brasileira que nos fortalece, nos veremos com outros olhos। E agora chega de saudade...
Este texto faz parte do Projeto G8

PS: Retomando a organizar Pensamentos

Utilizados desde a antigüidade, os faróis foram concebidos para indicar aos navegadores que estavam a se aproximar da terra a localização de um porto ou para não encalharem em determinadas áreas perigosas. Construído na ilha de Faros, a primeira construção erguida desse tipo servia para marcar os portos de Alexandria, no Egito.

Um dos principais centros de estudo da antigüidade, Alexandria abrigava uma biblioteca considera a maior daqueles tempos, e se assim não o fosse, era, ao menos, a mais famosa. Diversos pensadores do passado passaram por lá, desenvolvendo importantes contribuições para as ciências.

Tal qual um farol se propõe iluminar o caminho daqueles navegantes que estejam a cruzar os oceanos, o Grãos de Areia também quer estabeler essa meta de nortear (da forma mais humilde que seja) os pensamentos dos navegantes dessa rede virtual. Assim, nomeamos mais uma categoria de textos a ser inserida no blog, como já preceituava anteriormente.

Para mostrar-lhes o percurso a ser seguido, criamos a seção Post Scriptum – Páginas Sugeridas, ou simplismente PS. Apenas para indicar referências de pé de página sobre algumas obras, que mais tarde os leitores poderão observar.

O Saber é justamente a associação dessa biblioteca ao farol, pois ao mesmo tempo que possui acervo vasto de conhecimento, sinaliza a todos a sua localização e seu uso, clareando a mente e a visão dos homens.

Não tenho a pretensão de abarcar a plenitude do conteúdo, esmiuçando todos os detalhes. Fica apenas a indicação, cabe a cada um seguir o caminho. Aceito minha limitação, mas pretendo fazer minha colaboração, continuando meu trabalho de construir pontes, ou buscando assim fazer.

1948: O Homem à frente do Estado

Após os violentos conflitos de outra grande guerra envolvendo muitos países do globo, a comunidade internacional novamente se une em prol de elaborar um organismo estruturado com a finalidade de zelar e manter a paz entre as nações. Tal qual a Liga das Nações, surgida após a Primeira Guerra Mundial, surge então a Organização das Nações Unidas tendo o mesmo ideário.
Com o objetivo comum de estabelecer garantias que colocassem o ser humano a salvo do poder do Estado, preservando seus direitos naturais, que devem estes ser atribuídos a todo e qualquer cidadão, independente de uma localidade geográfica, mas compreendido como pertencente a toda humanidade.
Nasce assim a Declaração Universal dos Direitos do Homem aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1948. Sua essência busca afirmar uma segurança jurídica ao indivíduo, mas paradoxalmente ela não possui força normativa capaz de vincular os Estados signatários a obedecerem a seus preceitos.
O objetivo daquela época era deixar evidente que o Estado não poderia se servir de seu aparato institucional para reprimir os seus cidadãos, assim como os que habitam os demais territórios nacionais. O que se procura é estabelecer uma organização política amplamente democrática, que respeite as diferenças individuais dos cidadãos e possibilite a harmônica convivência social.
Contudo, em tempos atuais, não bastam apenas afirmar quais são essas garantias imanentes do homem. Segundo o jusfilósofo Norberto Bobbio, vivemos uma crise jurídico-política. Com base nas dificuldades que enfrentamos em implementar medidas eficazes e eficientes para impedir que, apesar das solenes declarações, esses direitos sejam continuamente violados.
No entanto, como cidadãos que somos, cabe a nós também lutar para que aqueles direitos consagrados há 60 anos atrás possam ser efetivados. Isso se faz na cobrança e fiscalização de políticas públicas, na reivindicação jurisdicional de medidas de proteção, assim como a adoção de uma conduta correta, que respeite valores éticos. A mudança de postura deve começar em nós. Já sabemos o que deve ser feito, está no momento então de se colocar esses ensinamentos em atividade.

“Não importa o tamanho da montanha, ela não pode tapar o Sol”
Provérbio chinês

Este texto faz parte do Projeto G8

BlogBlogs - Uma meta de Bloguistas

Está ocorrendo na blogosfera uma campanha ("Mamãe, eu quero subir no ranking do BlogBlogs!”, cuja iniciativa se deve a inSUPORTÁveis e RafaBarbosa) que tem por finalidade ajudar os bloguistas participantes a subirem sua posição no ranking da rede social BlogBlogs.

A estratégia é simples, como a cada link que um blog recebe de outro influencia na sua posição, então o lance é receber muitos links de vários blogs, nem que sejam todos compelidos a fazerem isso, trocando entre si essa parceria.

Para participar também basta que você comente nesse post ou nesse, mandando o link da postagem sobre a campanha. E, claro, deixar os links dos demais participantes.

Veja quem também está nessa corrente:

inSUPORTÁveisRafaBarbosa.com - SNES-ClassicsLazerPaguei MicoTotalmente ResponsaNerdPobreDesconspiraçãoAté Tu BrutusBoneco de MeiaCogumelos - O Crepúsculo - Triplo Sentido - Caixa Pretta - Papibakigrafo - Fester Blog - Estranhos Europeus - Mundo Afora - Igaum - Senhor Coxinha - Macacumor - Jacaré não come Alpiste - Muita Pimenta - Blog Stereo - Portal Brogui - AJ - Seu estranho - E-Fail - Speed Racer Go Brazil - Pica Pau Brazil - Blog da Mandioca - Malcan - Kamikaze Blog - Mamão Papaia - Malvada - Blog Alternativa - Praticando Humor - Resistance Base - Tudo a ve - Esqueci as chaves - Os Gugas - Foodasticos - Medo do Ego - Denker - Quarto Universitário - SlinkBlog - Café com Pão - Blog do Tiago - Pior -XGoogle - Momento Piada - Fábio P. - Blogando Blog - Seu Boga - Drax - Corto Cabelo e pinto - Outside - Balabusca - Void - Torresmo Fresco - Quatro Minutinhos - Que Mario? - O Padre Voador - Mundo Véio - Mente Vazia é Oficina! - Cogumelo Louco - Vipuraí - Velho - N3tho - Corvos de Malta - NadaVe - Na Mosca - Bate Cabeça - Tô Zuando - Xerox66 - Comic World - Bravus - http://www.dveras.com/ - Medsi Downloads - Plano Beta - Sónaboa - Blog do Catarino - Dekantalabassi - O que rola na net - Infonet News - Dia Quente - Minino Bobo - Toques de Prazer - Erro 404 - Jose Carlos Jr. - Eh Memo - Gestantes - Blog do Ananias - Humoroto - Dicas na net - CRPO - Um Tudo - Cérebro de Batata - Seita Sempuu - {D}efeitos Especiais - Papo de Buteco - Tio Punk -http://www.hephesto.com/agrega/ - Oncioso - Suspensa - Vai Digitando - Top Pacaralhu - DJ Magu - SempreON - Pigg - Balastraca - Tudo Junto - Cidadão Maluco - Mundo dos Blogues - Usuário Compulsivo - Grãos de Areia pelo Infinito.

O Estado como instrumento de Defesa Social

Até a Segunda Guerra Mundial, os campos de batalha e seus episódios ainda ficavam longe do restante da população. Só que a partir daquele momento, com o crescimento da mídia atingindo um elevado número de pessoas, as notícias dos horrores da guerra passaram a chegar em grande quantidade para todos.

E não eram poucas mesmo, a guerra alcançou uma escala sem precedentes na história e com alto nível de sofisticação dos mecanismos de destruição e morte em massa – caracterizada como a época dos grandes massacres. Acontecimentos como esses levaram a uma forte conscientização popular pela necessidade de se criar mecanismos eficientes e eficazes para a implementação e manutenção da paz.

O que marcou foi a constatação de como o Estado pode servir do abuso de seu poder e matar tantos cidadãos de forma tão ampla. Os números da grande guerra falam por si só. O Estado, que é visto como o poder politicamente organizado e legalmente constituído, que justamente é estabelecido para a defesa dos indivíduos sociais que o compõem, foi o principal articulador da grande carnificina vivenciada naqueles tempos. E que vivenciamos ainda hoje em muitos momentos.

Foi para a defesa do homem, independente de qualquer vínculo pátrio, de etnia, de crença religiosa ou filosófico-política, que houve a necessidade de imposição de limitações ao uso do poder pelos governantes, estabelecendo garantias em relação àqueles que serão governados. Colocando o ser humano acima do Estado, devendo este respeitar valores e princípios em âmbito, inclusive, supranacionais. Pois o ser humano é visto como indivíduo que deve usufruir de direitos universais, sem distinções quaisquer.

Leis, tratados, convenções e outros tantos mais mecanismos normatizadores foram erigidos não para servir de garantia ao Estado para que os indivíduos o obedeçam em suas ordens. Mas ao contrário, para os cidadãos terem preservados uma segurança jurídica de que o Estado não viole mais os direitos mais básicos e fundamentais de todo ser humano.

Depois de grandes momentos de atrocidades (como na segunda guerra) ressurgem ideologias que buscam a promoção desses ideais de satisfação dos interesses individuais, respeitando também os da coletividade, para visar à conservação do bom convívio social. No entanto, resta saber se tais mandamentos estão sendo alcançados.

Invictus, o Grãos e o Sol

Depois de um semestre de existência, o Grãos de Areia muda novamente o layout – a primeira foi logo nos primeiros dias – mas permanece adotando o padrão de tons escuros. Modificações serão feitas aos poucos, para melhor apresentar o blog.

Porém, reiterando minha postagem de apresentação, faço aqui alusão à escuridão que seria a ignorância, e que nossa meta, como objetivo de todo blog, deve ser propiciar o debate. Por isso estamos aqui, para acender uma chama e iluminar idéias, norteando caminhos a seguir.

Desde os primórdios da civilização, o homem cultuou o Sol por sua posição de ser ele o responsável por trazer vida e iluminar o dia. Afinal, sempre fizemos referências para o que é claro seria algo bom, e o escuro é maléfico. Em grande parte das religiões se adota essa postura, desde o paganismo, que venera o Sol, até as derivadas do ramo abraâmico (judaísmo, cristianismo e islamismo) e também suas vertentes.

A divindade é simbolizada pela brancura, clareza pela luz e iluminação. E a escuridão era seu oposto, representação do mal. Por isso o Domingo, que marca o início da semana, é derivado do dia de culto ao Sol na antiguidade, e se presta veneração ainda hoje nesse dia. Nas línguas germânicas, a nomeação é bem explicativa, como exemplo no inglês: Sunday, Dia do Sol. Mas mesmo nas línguas latinas, Domingo deriva de Dia do Senhor.

Assim, passo a adotar a partir desta postagem a conduta de atualizar o Grãos de Areia sempre aos domingos, um dia para marcar o início de um novo período, que se intenta ser iluminado. E espero não descumprir essa meta. Dessa forma, por mais que haja escuridão à nossa volta, que possamos ser o foco de luz que a ilumina...

PS: Posso, contudo, fazer intervenções ocasionais durante o decorrer da semana, mas não desfigura o sentido do já estabelecido.

Sopros I

Um homem não pode carregar toda a dúvida do mundo em suas costas. Um homem é antes de mais nada apenas um fenômeno. Mas com exagerada freqüência, o homem toma a consciência do mundo para si. Acho que isso é ir longe demais. A alma do mundo toca no órgão da história, do qual cada uma e cada um de nós somos apenas um tubo. Mas não quero entupir a passagem de ar do meu tubo com minhas dúvidas! Preciso cantar a minha nota de forma que ela possa ser ouvida em toda a catedral. De qualquer forma, não tenho mais do que uma voz. Quando a alma do mundo me preenche com seu sopro, eu me ponho a assobiar alegremente. Eu sou um tom, uma cor e uma nuance no Universo. O protesto eu prefiro deixar para os outros. O contraponto é formado pelos outros tubos do órgão. Sem falsidades, eu posso ser eu mesmo.Francamente, só posso ser eu mesmo porque sei que sou também todos os outros. Também sou aquilo de que duvido. Também sou aquilo em que nãoacredito. Como tubo, estou ligado ao fole do órgão, a fonte original que sopra a vida em todos os tubos. Na verdade, o que pensamos não tem nenhuma importância. Afinal de contas, todos nós temos razão.
Jostein Gaarder

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